A 7ª edição dos Laboratórios de Criação da Escola Porto Iracema das Artes, em 2019, superou em pouco mais de 10% o número de inscrições recebidas no ano anterior (354), confirmando a tendência de aumento da procura pelo Programa a cada ano.
Naquela edição, uma das novidades foi o lançamento de um novo formato para o Laboratório de Artes Visuais, que passou a ser realizado em dois percursos interdependentes: uma Temporada Formativa em 2019 e uma Temporada Investigativa em 2020. A turma da Temporada Formativa contou com 30 participantes e, ao final dos sete meses de curso majoritariamente teórico e sem a concessão de bolsas, quatro projetos foram selecionados para a Temporada Investigativa, que seria realizada no ano seguinte. Na edição posterior, mais quatro projetos foram selecionados, totalizando 8 projetos contemplados nesse Lab.
Outra novidade foi o lançamento da categoria Nacional do Laboratório de Cinema, que a partir daquele ano deixava de ofertar duas vagas para roteiristas do Nordeste e passava a acolher uma proposta de roteiro vinda de algum dos estados das outras quatro regiões, alcançando abrangência nacional. Assim, as seis vagas do Lab Cinema foram mantidas: quatro para a categoria Ceará, uma para a Nordeste e outra para a Nacional.
O processo seletivo consistiu em três etapas: análise de documentação, avaliação técnica dos projetos, feita por uma comissão de artistas e pesquisadores convidados pela Escola, e entrevista presencial e virtual (quando necessário) com os selecionados nas etapas anteriores, além de audições musicais com apresentações ao vivo no Teatro do Dragão do Mar, contando com a presença do público, particularidade do Laboratório de Música.
Entre junho e dezembro de 2019, os artistas selecionados para os Laboratórios de Cinema, Dança, Música e Teatro receberam tutorias específicas que conduziram ao aprimoramento dos projetos e incluíram momentos de formação individual e coletiva, abertos ao público externo. No caso do Lab Artes Visuais, esse processo foi realizado coletivamente, em sete módulos com duração de uma semana cada, ministrados por grandes nomes da arte contemporânea brasileira, como Ayrson Heráclito, Maria Helena Bernardes, Laura Vinci, Elton Panamby, Moacir dos Anjos e Gleyce Kelly Heitor. Durante o desenvolvimento dos projetos, ocorreram apresentações públicas, entre elas a abertura dos processos de pesquisa artística dentro do Laboratório durante as Rotas de Criação e a Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI), no final do ano letivo.
Os artistas selecionados contaram com toda a estrutura da Escola para desenvolver suas propostas de criação, recebendo também uma bolsa mensal, ajuda de custo para transporte e hospedagem no caso do Lab Artes Visuais, auxílio técnico das coordenações dos Laboratórios e oficinas de formação até o fim da edição.
Artistas Matriculados e Projetos Inscritos
Devido ao número de 30 alunas e alunos que formaram a turma da Temporada Formativa do Laboratório de Artes Visuais, tivemos um salto de matrículas em relação às edições anteriores, que costumavam ter cerca de 54 artistas matriculados, com um proponente e dois colaboradores por projeto. Em 2019, com 75 matriculados, o número de artistas dos Laboratórios de Criação aumentou 38%.
Gênero e Sexualidade
A sétima edição dos Laboratórios de Criação do Porto Iracema das Artes trouxe um importante avanço no mapeamento de proponentes inscritos e artistas efetivamente matriculados no processo seletivo: a contabilização do gênero a partir das autodeclarações. Fruto de demandas da classe artística e de uma busca permanente por aprimoramento e revisão dos procedimentos adotados pela Escola. Em 2019, nos dois grupos, são encontradas identidades trans entre as respostas e, ainda, quem preferiu não declarar
Raça/Cor/Etnia
Em 2019, a maioria das pessoas inscritas nos Laboratórios de Criação se autodeclarou branca. Porém, pardas e pretas somadas são a maioria (55,24%), dado que se repete em todos os Laboratórios, com exceção da categoria Nacional do Lab Cinema. Amarelos e indígenas tiveram menos de 1% das inscrições cada.
Lugar de origem – Cidades do estado do Ceará
Embora a maioria das inscrições parta de Fortaleza (73, 12%), em todas as linguagens dos Laboratórios de Criação, nota-se uma diversidade de inscritos advindos de outros municípios espalhados por diversas regiões do Estado, como cidades do sul, do norte e do sertão central, além da região metropolitana de Fortaleza.
Lugar de origem – Cinema Nordeste e Nacional
Ainda que haja um maior número de artistas que preferiram não declarar sua situação profissional, outras condições se alteram entre os Laboratórios, com exceção das Artes Visuais. Autônomos e estudantes, juntos, são maioria entre os artistas matriculados da Dança, da Música e do Teatro.
Em 2019, o formulário de inscrição não perguntava sobre a situação profissional dos proponentes.
Situação Profissional
Ainda que haja um maior número de artistas que preferiram não declarar sua situação profissional, outras condições se alteram entre os Laboratórios, com exceção das Artes Visuais. Autônomos e estudantes, juntos, são maioria entre os artistas matriculados da Dança, da Música e do Teatro.
Em 2019, o formulário de inscrição não perguntava sobre a situação profissional dos proponentes.
Renda
Na edição 2019, a maioria dos alunos matriculados não declarou renda. Somente o Laboratório de Dança apresenta índice um pouco diferente: 50% dos inscritos afirmaram ganhar até 1,5 salário (até R$ 1.497,00).
Em 2019, o formulário de inscrição não perguntava sobre a renda dos proponentes.